Mais do que uma celebração, as ações convocadas pela CGTP-IN, em todo o país, traduziram-se numa forte participação dos trabalhadores e em muita determinação para combater as injustiças de que são alvo e valorizar o trabalho. Por todo o país, milhares de trabalhadores, organizados nos seus sindicatos, mas também muitos que, sem filiação, decidiram juntar-se às manifestações desfiles e concentrações convocados pela CGTP-IN para se afirmarem como fator determinante do desenvolvimento e de progresso.
Intervindo em nome da Comissão Executiva da CGTP-IN no final da manifestação realizada em Coimbra, entre a Praça da República e a Praça 8 de Maio, Anabela Sotaia lembrou que "apesar das adversidades, os trabalhadores nunca desistiram. Uniram-se, organizaram-se e lutaram por um mundo melhor", para demonstrarem que "juntos são invencíveis". Invencíveis perante a adversidade, a chantagem do capital e do poder que o suporta. Apelando à resistência ao "ataque alicerçado numa campanha ideológica que procura apresentar como natural e inevitável a perda de retribuições e de direitos laborais e sociais" a dirigente da CGTP-IN lembrou a perda de poder de compra o aumento da inflação, os custos com a habitação, ao mesmo tempo que os lucros de grandes grupos económicos e financeiras dispararam de forma escandalosa.
A também dirigente da FENPROF e do SPRC, depois de elencar um conjunto de perdas e desvalorizações relacionadas com salários, emprego, horários de trabalho, desvalorização do investimento público e carreiras profissionais, exortou os presentes a continuarem a sua ação corajosa, com confiança no futuro e na sua central sindical. Como disse, "se existe cada vez mais capacidade de resposta às necessidades dos povos" essa construção é sua, dos trabalhadores, numa alusão à necessidade de uma maior distribuição da riqueza, a qual só poderá acontecer se houver "uma rutura, uma real mudança, que coloque o país a produzir e a crescer, que garanta a todos os que querem aqui viver e trabalhar as condições que hoje lhes são negadas".
Num claro alerta para as políticas que são defendidas pelo atual governo e pela maioria de direita no parlamento, Anabela Sotaia salientou que é necessário "o reforço e a melhoria dos serviços públicos, o seu funcionamento fora das lógicas do mercado e a defesa do seu carácter público, universal e de qualidade", pois "é no seu reforço e melhoria que reside a garantia de continuidade de acesso de todos a serviços de qualidade".
"Não há inevitabilidades", rematou, "exigem-se respostas aos problemas dos trabalhadores e do povo em geral e aos problemas do país".
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