O ministro da Educação impôs um longo bloqueio negocial, com o qual também tem contribuído para o arrastamento de problemas que afetam a vida profissional e pessoal dos professores. De entre o conjunto de aspetos que, nos últimos anos, o ministro rejeitou negociar está a revisão do regime de concursos.
A não realização deste processo negocial teve consequências no agravamento das injustiças que resultam do regime em vigor, entre outros motivos, devido à insuficiência dos requisitos para a vinculação, aos mecanismos que pervertem o critério da graduação profissional ou à não consideração de todos os horários no âmbito da designada mobilidade interna.
O ministro ignorou propostas que, por seis vezes, recebeu da FENPROF; violou a Lei da República que impunha o início do processo negocial de revisão do regime de concursos; desrespeitou, sem qualquer justificação, o seu próprio compromisso de, no mês de outubro, promover um processo negocial visando rever o regime de concursos.
Mas era agora, agora mesmo, que o ministro queria negociar. Foi agora, mesmo agora, que lhe deu a vontade toda. Durante anos, nunca achou oportuno tal processo negocial, mesmo alertado para os problemas existentes e com o concurso geral de professores à porta… mas agora é que era, agora que já tem os dias contados. Haverá quem acredite?
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