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A utilização da manipulação e da mentira para atacar a administração pública e os seus trabalhadores

Eugénio Rosa


Neste trabalho, Eugénio Rosa, Economista, analisa e procura desmontar, utilizando apenas dados oficiais, a campanha articulada contra a Administração Pública e seus trabalhadores que se registou na semana de 23 de agosto em que quase todos os órgãos de informação publicaram notícias praticamente com os mesmos títulos, o que dá a ideia de uma origem comum, articulada e definida estrategicamente, sobre o pretenso número excessivo de trabalhadores das Administrações Públicas.


Um dos órgãos de informação chegou a publicar um artigo de opinião no qual se afirmava que o rendimento médio dos técnicos superiores do Estado era 3.251 €, o que é totalmente falso. Atualmente, é de 1980 € e um trabalhador, quando entra na Função Pública, apenas recebe 1200 €, num quadro em que 75% dos trabalhadores da Administração Publica demoram 10 anos a ver melhorado o seu nível remuneratório.


A Administração Pública enfrenta, atualmente uma grave crise, pois não consegue contratar os trabalhadores mais qualificados e competentes e há áreas, como a de informática, em que a contratação de técnicos superiores é praticamente impossível. O governo, porém, fala na digitalização maciça dos serviços públicos, mas quer fazê-lo sem trabalhadores com as competências necessárias, o que é impossível.


A Administração Pública está a transformar-se num “maná” para as empresas privadas de serviços especializados. A contratação destes serviços privados, que se instalam, por vezes, durante anos nos serviços públicos, ocorre porque no setor público não há trabalhadores qualificados.


A consulta deste estudo de Eugénio Rosa é, pois, de uma importância enorme, pois serve para desmontar a manipulação da informação que é feita em cartel pela maior parte dos órgãos de comunicação social, os quais são detidos, como é do conhecimento geral, por grandes grupos económicos que condicionam, deliberadamente, a informação e vão, dessa forma, à custa de tanto repetirem a mentira, condicionando a informação de todos e de cada um de nós.

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