GREVE 24 OUTUBRO - Uma grande resposta dos trabalhadores da Educação na Greve Nacional da Administração Pública
- catarinaalgomes
- há 5 horas
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Os trabalhadores da Administração Pública deram hoje uma grande resposta ao governo, exigindo a adoção de políticas que garantam a reversão do caminho de destruição dos serviços públicos, com especial destaque na degradação progressiva das funções sociais do estado.
Uma resposta dirigida também contra a desvalorização dos trabalhadores e das suas carreiras profissionais, assim como em relação à proposta de revisão dos salários apresentada pelo governo e a contração do investimento neste setor estratégico nacional.
No setor da Educação, o encerramento de escolas por todo o país, reflete, também, o generalizado descontentamento dos trabalhadores docentes e não docentes. O SPRC saúda a forte adesão à greve dos trabalhadores não docentes das escolas, tão importantes para as respostas que elas têm de dar e tão maltratados que vêm sendo pelas políticas de sucessivos governos.
Os dados conhecidos apontam para uma significativa adesão dos docentes à greve, com especial destaque para os professores do 1.º ciclo do ensino básico, mas também de muitos milhares dos outros níveis de educação e de ensino, havendo registos de escolas com níveis elevadíssimos de adesão. Ainda assim, o fecho de muitas escolas torna difícil quantificar com precisão a adesão, sendo inúmeros os dados que continuam a chegar com a indicação de escolas e jardins de infância sem atividades letivas.
Na região centro, até ao final período da manhã, tomámos conhecimento do encerramento de mais de 400 escolas – cerca de 90 no distrito de Aveiro, 60 no distrito de Castelo Branco, 40 no distrito de Coimbra, 40 no distrito da Guarda, 70 no distrito de Leiria e 100 no distrito de Viseu.
Durante esta semana de plenários docentes por todo o país, também realizados pelo SPRC/FENPROF, ficou evidente uma classe em crescendo de mobilização, consciente da necessidade de agir pela dignificação e valorização da carreira e, em geral, da condição docente.
A resposta hoje dada traduz a recusa:
- de políticas que ameaçam a qualidade, equidade e universalidade do ensino público;
- do desmantelamento da Escola Pública promovido pela chamada “Reforma” do MECI;
- da mercantilização do sistema educativo, com contratos de associação que prejudicam a expansão da rede pública e alimentam os negócios da educação;
- de estratégias que aprofundam desigualdades territoriais e retiram ao Estado a responsabilidade pela coesão educativa.
Como temos afirmado, será com a luta que forçaremos a tomada de medidas que garantam as necessárias condições de trabalho e de vida para docentes e não docentes, assim como será com a luta que obrigaremos o governo a investir significativamente num setor que continua a pesar no Orçamento do Estado apenas 2,9% do PIB, quando as recomendações internacionais são para que se aproxime dos 6% do PIB.
Intervenção de Anabela Sotaia - Coordenadora do SPRC e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN
Intervenção de Francisco Gonçalves - Secretário-Geral da FENPROF
Intervenção de José Feliciano Costa - Secretário-Geral da FENPROF







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